Dori do PT

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segunda-feira, 18 de janeiro de 2010

A Juventude no PT


Após 7 anos de experiência governando o Brasil, é possível afirmar que o PT hoje é mais brasileiro, em todos os sentidos. È um partido que conhece melhor a realidade do país, um partido mais interiorizado. Um PT mais negro, mais camponês, mais feminino, e por fim, mais jovem. Sobre essa última característica, é interessante buscar as mudanças que ocorreram na história da legenda, para podermos pensar os avanços que o partido ainda deve buscar.




É impressionante como a juventude está ausente do partido nos primeiros anos. A primeira menção explicita à juventude é de 1990, no VII Encontro Nacional. Contudo, a juventude é mencionada apenas como mais um dos setores nos quais o PT deve fortalecer sua presença.



Antes de 1990, ou seja, durante dez anos, os documentos e resoluções do PT não apresentam nenhuma política específica para a juventude brasileira. Mesmo quando o partido trata da luta pela educação, onde poderíamos encontrar uma concepção de juventude mais estreita, vinculada ao movimento estudantil, não é o que aparece: não há qualquer diretriz ou orientação geral para o movimento estudantil. A UNE não é sequer citada, ainda que entre 1987 a 1989 o PT tenha formado maioria na entidade nacional dos estudantes.



Essa ausência é mais grave quando constatamos que desde a sua fundação o Partido se preocupa com a questão de gênero, de raça, com a questão indígena, do meio ambiente e dos homossexuais, ainda que os três primeiros com maior força.



A juventude aparece com vida própria nas resoluções do 1º Congresso do PT, em 1991 quando é colocada no mesmo patamar que as mulheres, os negros, os índios, os homossexuais, todos classificados como “diferentes setores sociais [com] direito de lutar e reivindicar pela definição das prioridades sociais, econômicas e políticas”, além de serem centrais para a construção do socialismo petista. Mais adiante na resolução, a juventude aparece de forma destacada pela primeira vez na história do partido, novamente com ênfase na importância da organização desse setor na luta pela construção de uma outra sociedade. Também pela primeira vez o nosso partido elabora uma proposta de organização unitária da juventude petista. Não por coincidência, a juventude teria papel decisivo na queda de Collor no ano seguinte. Era o PT antenado com a situação nacional!



A partir desse momento, a questão da juventude só fez crescer no partido, marcando presença em todos os encontros nacionais. Mais do que isso, o próprio setor foi se organizando, com encontros da juventude petista, com o direito à voz na executiva para a secretaria de juventude, com campanhas públicas, etc.



Faltava dar o salto final político e de organização. Um salto que preparasse a juventude para de fato governar o país, tendo em vista a eleição do companheiro Lula para presidente em 2002.



Politicamente, era importante a juventude do PT compreender o caráter múltiplo da juventude brasileira. O mais correto na verdade é falar em “juventudes”, com suas diversas demandas. A juventude como um sujeito de direitos não é uma só. Era preciso se libertar das amarras do movimento estudantil universitário, pensar a jovem feminista, o jovem do campo, da periferia das grandes cidades, pensar a questão racial, o tema do meio ambiente, as práticas culturais. No plano organizativo, precisávamos superar a divisão interna, a prioridade exclusiva para a disputa da UNE. Além disso, era preciso um corpo dirigente capaz de sistematizar as experiências de jovens parlamentares e jovens gestores nas prefeituras e governos de estados que o PT conquistou ao longo de sua trajetória.



O I Congresso da Juventude do PT foi o início desse salto, que se seguiu com uma série de iniciativas da juventude petista no sentido de definir com clareza o papel da juventude no projeto de desenvolvimento social do Brasil. A rearticulação do Fórum de Gestores Municipais, o seminário sobre Políticas Públicas de Juventude, a Jornada de Formação Política e o seminário Juventude e Projeto Nacional, realizado em conjunto com as juventudes dos partidos aliados são exemplos do esforço da JPT em colocar a juventude na centralidade da agenda partidária, parlamentar, do executivo, e do bloco polício-social que impulsiona a revolução democrática.



Mas o fato é com todos esses avanços políticos e organizativos da juventude petista, é um consenso dentro do PT e do governo Lula que a juventude é central na construção de um Brasil para todas e todos!



Josué Medeiros é historiador.

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